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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Perro Negro



Recebi meu exemplar de "Perro Negro" hoje, pelo correio. Um exemplar bastante caseiro mesmo, feito à mão, suor e amor, como sei bem. A embalagem de plástico veio com um lindo desenho do artista, Rafael Elfe, obra de sua talentosa namorada, Mayara Nardo. Peguei o CD EMTEC gravável de 80 min, desvirginado pelo "Perro Negro" e "R. Elfe" escritos à mão, e o coloquei no rádio; o potente violão que já tive prazer de ver em ação ressoava nas caixas de som que herdei do meu avô (junto com sua vitrola/cd-player que exibo orgulhosamente no meu quarto). Já conhecia a faixa. De fato, com exceção de uma música apenas (a da faixa 4), eu já conhecia o cd de trinta e tantos minutos inteiro. Mesmo assim, a música que dançava pelo quarto era inteiramente nova e ainda parece ser toda vez que coloco para ouvir.


"Amor para meu Amor", Rafael Elfe por Mayara Nardo


A gravação caseira do disco (que já é intimista por si) nos permite entrar na atmosfera em que estava o artista: os pássaros que podemos ouvir em Tanto Faz, o ocasional som de vento e de ar de casa. O barulho de sol que invade as notas... O sentimento de nublado que dá tom na voz...
Ela nos dá a sensação máxima de intimidade, como se fizéssemos parte daquele momento tão embrionário da criação musical, aquele momento de inspiração e satisfação quando tocamos a música que criamos pela primeira vez e sentimos que ela está viva e preparada para ser chamada de "pronta". 


Eu ouço Perro Negro de olhos fechados. Assim, as tantas imagens que ele traz conseguem invadir sem interferência... Os sons se misturam... as notas cantam o coração e a voz orna a lírica e poesia de cada canção e formam uma unidade reconhecível sob a bandeira do poeta, do músico.

O disco é, em sua totalidade, uma (infelizmente) curta mas densa e palpável jornada pela alma do artista, tão semelhante a tantas outras; os sonhos, as paixões, as revoltas, as doçuras, os momentos de melancolia...
No fim, acho que não consigo expressar bem o que sinto com o som do Elfe, digo apenas que é certo. É um som certo. É um som que sai não do rádio, mas de dentro, que nos invade, nos faz pensar, sentir, gela a espinha e faz sorrir ao mesmo tempo. É um som que fala conosco. Que nos faz ficar bem e em boa companhia. Resumindo, é um som muito melhor sentido do que explicado.



Perro Negro por Mayara Nardo


Abaixo, uma das minhas favoritas do disco, Larga Tudo e Vem:

https://soundcloud.com/rafaelelfe/larga-tudo-e-vem?in=rafaelelfe/sets/perro-negro

e a canção que dá nome ao álbum:
https://soundcloud.com/rafaelelfe/perro-negro?in=rafaelelfe/sets/perro-negro